quarta-feira, 24 de junho de 2009

Pilobolus Dance Theatre Company">

Ritmo Oculto

O RITMO OCULTO1


No começo era o movimento porque o começo era o homem de pé, na Terra. O corpo não era mais que um campo de forças atravessado por mil correntes, tensões e movimentos. Buscava um ponto de apoio.GIL(2001).

Então nascia a linguagem num relâmpago, os sons combinavam-se, as palavras encadeavam-se, os sentidos incendiavam-se, a marcha desencadeava os seus passos na alegria, e hesitava na angustia de cair. A vida transbordava.GIL(2001)

Para GIL, o bailarino retoma o seu corpo nesse momento preciso em que perde o seu equilíbrio e se arrisca a cair no vazio. Luta, jogando tudo por tudo. Faz apelo ao movimento, que proporcionará claridade e estabilidade à sua extrema agitação interior.

Homens e mulheres em suas marcas inscritas na cultura, expressam vícios e virtudes do gênero humano; experimentam desejos, paixões, sentimentos, exercitam sua inteligência e suas linguagens, aprimoram ou embrutecem seus sentidos, desenvolvem ou mutilam sua sensibilidade e imaginação criadora. Soares e Goellner (1994,p.263)

Segundo Nanni (1998,p.132),'' a dança é o impulso vital do movimento biológico;é uma necessidade intrínseca do ser humano de manifestar ritmo, de comunicar-se com seus semelhantes através do físico, do mental, o emocional até sua transcendência espiritual.”

Para Dominique Dupuy a dança atesta que o homem pertence ao universo aos seus componentes mais profundos: a força da gravidade, o silêncio, o sagrado. Mesmo fora do santuário, está impregnada de ritualismo. Rito de um espetáculo que de sua preparação a sua realização e representação, é um ato de comunhão. Rito do corpo, que é escutado, do qual se cuida, não sem analogia com o antigo sentido do corpo-templo. Dupuy segue falando sobre a relação com o universo que se estabelece através do corpo que dança-local de passagem, ligação com as energias, as forças, os fluxos. O corpo ao dançar torna-se o caminho para o êxtase, o êxtase de quem a executa. Embora Langer (1980) não especifique as características desse êxtase, sugerindo apenas que deva estar relacionado com algum processo que faz o bailarino ‘sair fora de si’ .

Quando uma coisa é extática2 tem a propriedade de mudar algo de lugar, de colocar algo em movimento. Nesse sentido dizer que a dança é extática é dizer que ela coloca algo em movimento, é dizer que a dança é capaz de provocar mudança em um espaço, de provocar movimento, de mudar algo de lugar.

Dizer que a dança é extática é dizer que ela é uma experiência singular, incomum, que transforma o indivíduo que dela participa, provocando-lhe através dos movimentos da dança, sensações de encantamento, de gozo e de entusiasmo.

Sachs (1943) em seu estudo História Universal de la Danza afirma:


A dança é a mãe das artes. A música e a poesia existem no tempo; a pintura e a escultura no espaço. Porém a dança vive no tempo e no espaço. O criador e a criação, o artista e sua obra, são (na dança), uma coisa única e idêntica. Os desenhos rítmicos do movimento, o sentido plástico do espaço, a representação animada de um mundo visto e imaginado, tudo isto o homem cria em seu corpo por meio da dança, antes de utilizar a substância, a pedra e a palavra para destiná-las enquanto manifestação de suas experiências interiores’’ (SACHS,1944, p.13)

Do mesmo modo, segundo Katz (1994), a dança deixa marcas da sua presença no corpo de quem dança, mesmo quando ele não está dançando: a dança é também uma reminiscência, uma lembrança do corpo e está potencialmente presente no corpo de que já dançou.

Neste sentido, reforça Gil, é por meio do movimento que o bailarino domará o movimento, com um gesto libertará a velocidade que arrebentará o seu corpo traçando uma forma de espaço.



O CORPO EM QUESTÃO


Para a psicanálise, a relação do homem com seu corpo é sempre conflitante. Se por um lado é na imagem corporal, construída na relação especular com o outro, que nos reconhecemos, se é ela, sede do eu, que nos dá identidade imaginária, por outro lado o corpo não responde aos anseios egóicos.

Isso porque Segundo Cardoso, 2006, em primeiro lugar, o corpo denuncia finitude, limitação e fragilidade do homem e porque, em segundo lugar, ele não pode ser totalmente governado pelo ego, pois responde também à dimensão inconsciente.

A dança, arte que por excelência tem o corpo como instrumento de trabalho, pode nos apontar caminhos na reflexão sobre o modo particular de relação que o homem de determinado tempo estabelece com seu corpo. Camila Cardoso (2006).

Segundo Cardoso, existe na dança contemporânea, que se caracteriza por sua diversidade, já que, transpondo barreiras até então estabelecidas, utiliza as mais diferentes linguagens, uma tendência a utilizar o corpo como veículo de expressão, de crítica, de questionamento do lugar que ele mesmo ocupa nos discursos sociais - da publicidade, da ciência, da política etc. Atesta Cardoso (2006), que o corpo é, ao mesmo tempo, veículo e tema da dança. Um corpo dançante é igualmente um corpo em permanente construção. É um corpo onde os movimentos são possíveis a partir do que se informa e do que se oferece a este corpo.

Para KATZ (1994), é um corpo onde os movimentos são possíveis a partir do que se informa e do que se oferece a este corpo. Assim que, em dança, não há igualmente, movimentos naturais: os movimentos de dança também constituem técnicas corporais. Conforme Katz (1994):


Para ser existente, o corpo se constrói fisicamente, isto é, se molda de acordo com as séries motoras que recebe enquanto instrução. Tem o seu modo de existir como corpo(...). Além dele existir em seus contornos e pesos, se move de acordo com a técnica que o treinou. Condicionantes em excesso para algo funcionar tão somente como tabula rasa.(...) O corpo se dá a ver dentro da tal linguagem que adquiriu, isto é, da técnica que o conformou. Na motricidade de cada corpo se recolhem os sinais indicadores do que ele reteve como seu. (KATZ, 1995)


1Fabiane Linhares, Roberta Magnus, Rodrigo Alves

2 Indica sua origem grega: extático vem do grego ekstatikós, que faz mudar de lugar. Extático é um adjetivo, portanto expressa qualidade ou propriedade ou estado de ser.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Síntese sobre o texto "Porque e para que comentar um blog"

“O comentário é uma forma que o leitor tem para se expressar sobre o assunto postado de forma deliberada e aberta (de acordo ou contra o que foi colocado).”
Com um comentário podemos expressar o que relamente pensamos sobre tal assunto, se teve alguma utilidade, se ajudou a solucionar algum problema, tirar dúvidas sobre o assunto, agradecer ou informar quando não o ajudou.
É uma maneira de interação entreo o blogueiro e o leitor.
O fato é que o comentário é o Feedback do blogueiro, é quando ele sabe o que o leitor está pensando, se gostou ou não.

Curiosidades sobre a Dança



quarta-feira, 13 de maio de 2009

Percussão


Instrumentos de percussão são instrumentos musicais cujo som é obtido através da percussão (impacto), raspagem ou agitação, com ou sem o auxílio de baquetas. Das formas de classificação de instrumentos musicais, esta é a menos precisa e a que possui a maior variedade de instrumentos, a maior parte dos quais possuem altura indeterminada (ou seja, não podem ser precisamente afinados). Esses são utilizados primordialmente com função rítmica, como é o caso da maior parte dos tambores, o triângulo e os pratos. Os instrumentos de percussão de altura definida, como os xilofones podem ser utilizados com função melódica e harmônica.

Embora haja uma variedade de instrumentos produzidos especificamente com essa finalidade, qualquer batuque feito com objetos comuns pode ser considerado como percussão. É possível assim fazer a percussão em uma música utilizando tampas de panela, potes de alimento, mesas, cadeiras, caixas, talheres, pratos, copos e mesmo objetos mais complexos como máquinas de escrever.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Reflexão após o texto de Paloma Cotes: Quer aprender? Crie um blog

O blog como recurso didático é importante, pois além de inserir o educando à tecnologia da informação, leva-o a socializar assuntos com colegas, professores e outras pessoas que tenham interesse. Assim, determinado conteúdo pode ser complementado com idéias diferentes, e ainda desperta o gosto pelo conhecimento pois o educando irá procurar aperfeiçoar aquilo que produz.